Conferências
Com o objetivo de conferir mais qualidade e densidade ao evento, fizeram parte do programa científico cinco conferências, cujos convidados gozam de notório reconhecimento e vêm contribuindo com suas reflexões para a agenda de questões teóricas e práticas que orienta as ações de museus e centros de ciência em diferentes países. Todas as conferências foram transmitidas ao vivo – via web - para 12 países de todo o mundo (Brasil, Estados Unidos, Austrália, França, Índia, Canadá, México, Colômbia, África do Sul, China, Bélgica e Finlândia). Os vídeos estão disponíveis no endereço www.museudavida.fiocruz.br/4scwc/videos.
José Luis Fiori
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Rio TVA - Mauro Nascimento |
Economista e cientista político, é professor titular de Economia Política Internacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Escreveu diversos livros na área de economia e é colaborador permanente das seguintes publicações: Correio Brasiliense, O Povo de Fortaleza, Revista Carta Capital, Agencia de Noticias Carta Maior.
Horário: 11 de abril, 11h – 11h50
Título: “Poder Global e Cidadanias Nacionais: Dinâmicas de Integração e Exclusão”
Na ultima década do século XX, difundiu-se pelo mundo a esperança ou crença numa economia global, e na possibilidade de uma democracia cosmopolita. Alguns falaram no “fim da história”, e muito se escreveu sobre a existência de uma “nova economia da informação” e de uma “sociedade em redes”, e se apostou na possibilidade de que a produção e a difusão do conhecimento cientifico pudesse se transformar num processo universal e coletivo de educação de todas as sociedades nacionais reunidas numa mesma cosmopolis. Foi uma década que passara para a historia como um belo momento utópico, mas foi também um momento que durou muito pouco. Logo no inicio do século XXI, já estava visível a natureza assimétrica do processo da globalização econômica, e a esperança numa democracia cosmopolita e pacifica foi cedendo lugar à monopolização unilateral do poder e a multiplicação das guerras. Pouco a pouco a inteliggentzia esta voltando a colocar os pés no chão e começa a diagnosticar a existência de mecanismos de luta e monopolização do poder e do conhecimento, e de barreiras à entrada de novos sócios e cidadãos no mundo dos ricos, poderosos e sábios.
Muito conhecido por seu envolvimento em ações de popularização da ciência, o astrofísico e cosmólogo indiano é diretor da respeitada instituição autônoma Inter-University Centre for Astronomy and Astrophysics, responsável pelo crescimento de núcleos de astronomia e astrofísica em universidades na Índia.
Horário: 12 de abril, 11h – 11h50
Título: Centros de Ciência como ferramentas para Educação em Ciência
A conferência irá descrever a estrutura da rede de centros de ciência com base na experiência indiana, tratando especificamente de planetários, do exploratório, do museu de ciência e da cidade-ciência. De que maneira essas instituições podem In what way these institutions can work towards making the layperson science-friendly? A experiência indiana mostra que, apesar do progresso científico e tecnológico, a maior parte dos habitantes continua enraizado ao passado. A necessidade de se estabelecer um caráter científico tem sido conduzida pelo líder do processo de independência da Índia e o primeiro-ministro do país, Jawaharlal Nehru, que esperava que um dia a Índia se tornasse um país livre, onde seus cidadãos pudessem pensar racionalmente. São sugeridos aqui caminhos e maneiras por meio dos quais a rede de centros de ciência possa contribuir para a realização desse sonho.
Eduardo Viveiros de Castro |
Antropólogo, pesquisador e professor do Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Especialista em cultura indígena.
Data: 12 de abril, 19h – 19h50
Título: A Natureza em pessoa: sobre outras práticas de conhecimento
Expoõem-se aqui um complexo de idéias e práticas presente nas culturas indígenas da Amazônia relativo ao que chamaríamos ‘natureza’, e sugerem-se algumas de suas implicações filosóficas possíveis. O conceito central em tal complexo é o de ‘perspectivismo’, que se refere ao modo como as diferentes espécies de sujeitos (humanos e não-humanos) que povoam o cosmos percebem a si mesmas e às demais espécies que formam seu ambiente. As implicações de tal perspectivismo para uma teoria indígena virtual da Natureza e da Cultura são esboçadas, bem como seu contraste com a vulgata ontológica moderna.
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Rio TVA - Mauro Nascimento |
Pesquisadora sênior de Estudos Avançados no Centro Espacial Johnson da Nasa. Já foi responsável por treinar astronautas para o desenvolvimento de experimentos científicos no espaço e, ao longo de sua careira, especializou-se no comportamento humano em ambientes de confinamento, como submarinos, estações polares e as estações espaciais MIR e ISS.
Data: 13 de abril, 11h – 11h50
Título: Fronteiras das Ciências da Vida e Evolução Histórica: A Exploração Humana da Lua e Marte
A partir da II Guerra Mundial, com o desenvolvimento acelerado das forcas produtivas e a expansão das fronteiras econômicas, seres humanos começam a estender os conglomerados humanos a novos nichos ecológicos. O papel das Ciências da Vida nesse processo se torna fundamental. E através da expansão do conhecimento dos elementos necessários à sustentação da vida e de novos materiais e tecnologias que seres humanos passsam a habitar as estações polares, as plataformas de petróleo, submarinos, e mais adiante as estações espaciais. O próximo passo da grande aventura humana começa a se delinear com a futura exploração da Lua e Marte.
Mais uma vez o papel das Ciências da Vida nas viagens espaciais e operações de superfície planetária se mantém de suma importância. Esta palestra vai discutir a participação das Ciências da Vida e suas fronteiras, especialmente a da Biologia Molecular, no quadro da exploração da Lua e Marte.
Um naturalista que teve a maior parte de sua carreira profissional dedicada ao Transvaal Museum, na África do Sul, onde ocupou o cargo de diretor por 23 anos. Foi responsável por uma extensa pesquisa sobre fósseis de cavernas sul-africanas e está, atualmente, estudando a predação entre os fósseis animais mais antigos da Namíbia.
Data: 13 de abril, 19h – 19h50
Título: De onde vem a ciência? Explorando algumas das antigas raízes da ciência e tecnologia.
Durante os últimos dois milhões de anos, o cérebro de nossos ancestrais humanos dobrou de tamanho, de uma média de 700 para 1400 centímetros cúbicos. Isso foi, sem dúvida, um processo marcante, particularmente porque o cérebro é constituído de tecidos que requerem uma quantidade considerável de energia metabólica. O crescimento deve ter sido ocasionado por fortes pressões
seletivas e, nesta conferência, pretendo discutir que uma pressão fundamental foi imposta por predadores comuns nos habitats africanos onde esse humanos viviam.
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