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Foto: Peter Iliciev
Parte de um importante patrimônio da ciência e da saúde dos brasileiros, quase dizimado durante o período da ditadura militar, esteve de volta ao seu lugar de origem e ao alcance de todos. Desenhos anatômicos, fotos, documentos e instrumentos médicos raros usados em exames e tratamentos, além de vacinas antigas, reunidos desde o início do século XX, compuseram parte da exposição ‘Corpo, Saúde e Ciência: o Museu da Patologia do Instituto Oswaldo Cruz’, que esteve em cartaz na sala 307 do Castelo Mourisco de junho a dezembro de 2013.

A mostra apresentou peças anatômicas, além de objetos e documentos que totalizam cerca de 100 itens que integram o acervo histórico original de algumas das Coleções Biológicas de maior valor histórico mantidas pelo IOC e pela Fiocruz: a Coleção da Seção de Anatomia Patológica, criada em 1903 pelo próprio sanitarista Oswaldo Cruz, a partir das amostras trazidas da Alemanha pelo pesquisador Rocha Lima; a Coleção de Febre Amarela (1930-1970), que registra a história das epidemias do agravo no país; e a Coleção do Departamento de Patologia do IOC, iniciada em 1984. A exposição integrou as atividades do Museu da Vida da COC/Fiocruz.

Corpo, ciência e arte

A relação entre o corpo, a ciência e a arte ganharam destaque na mostra. De acordo com um dos curadores da exposição, o chefe do Laboratório de Patologia do IOC, Marcelo Pelajo, muitos anatomistas dos séculos XV e XVI também eram artistas. A representação da anatomia neste período segue uma forte tendência para esta abordagem, não apenas como uma tentativa de reprodução da verdade anatômica, mas também como inspiração de arte.

A exposição contou com atividades lúdicas, com microscopia virtual, telepatologia, observação de células ao microscópio, além de jogos lúdicos e uma miniatura de Sistema Circulatório, que descreve com cores diferentes a pequena e a grande circulação.

Realizada pelo Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) e pelo Museu da Vida/Casa de Oswaldo Cruz (COC/Fiocruz), a iniciativa contou com financiamento da Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj) e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). O Instituto Biológico (São Paulo), o hospital A.C.Camargo Cancer Center e os museus de Anatomia e D. João VI, ambos da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), colaboraram com o fornecimento de peças.

História e atualidade

Para Pedro Paulo Soares, pesquisador do Museu da Vida/COC e também curador da exposição, a iniciativa conseguou resgatar a história do Museu de Patologia e permite que o público tenha acesso a um acervo emblemático.

Em 1970, durante o regime militar, o Museu de Anatomia Patológica do IOC viu parte do seu acervo ser perdido ou destruído. Pelajo lembra que, somente em meados da década de 1980, o trabalho de preservação do material da Coleção original, assim como o da Coleção de Febre Amarela, que também foi atingida, começou a ser resgatado. Nessa época, também começou a ser formada uma coleção de material histopatológico, majoritariamente experimental, posteriormente denominada Coleção do Departamento de Patologia do IOC. A iniciativa visava recompor as peças que restaram das Coleções de Anatomia Patológica, que formavam o acervo original do Museu, incorporando a ele a Coleção da Febre Amarela e a Coleção do Departamento de Patologia, na tentativa de organizar uma nova estrutura para o Museu.

A ideia da exposição surgiu a partir de demandas recebidas pelo Museu da Patologia online, disponível em http://museudapatologia.ioc.fiocruz.br, que consistiu na primeira iniciativa de divulgação do acervo das três Coleções. A partir do ambiente online, foram recebidos vários pedidos para a reabertura do museu físico, a fim de divulgar a ciência e tornar o acervo disponível para visitas e surgiu a ideia de organizar a exposição temporária ‘Corpo, Saúde e Ciência: o Museu da Patologia do Instituto Oswaldo Cruz’.

Acervos

A Coleção da Seção de Anatomia Patológica é composta por 854 peças, muitas das quais estudadas por pesquisadores como Gaspar Vianna, Emmanuel Dias, Magarinos Torres, entre outros. Já a Coleção de Febre Amarela registra 498 mil casos suspeitos da doença, ocorridos a partir da epidemia de 1928. A Coleção do Departamento de Patologia é formada por cerca de 17 mil itens sobre casos de patologia experimental, que retratam aspectos das pesquisas realizadas pelo Laboratório de Patologia nos últimos 30 anos.


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