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Depois de receber o pesquisador Armando Nembri, o Fórum Interno de Acessibilidade contou com a presença da educadora Camila Alves no segundo dia (18/2). Psicóloga por formação, Alves construiu um caminho como educadora e mediadora cega em museus do Rio desde 2010. Em entrevista ao site do Museu da Vida, ela explicou o que é o modelo social da deficiência e por que é importante compreendê-lo para considerar a deficiência como uma realidade produzida pela sociedade. 

Museu da Vida: O que é o modelo social da deficiência?
Camila Alves: É um modelo de compreensão da deficiência que a entende como fruto de uma sociedade muito pouco sensível às diferenças corporais. A perspectiva individualizante e biologizante da deficiência vem a partir do modelo médico da deficiência. A deficiência é compreendida a partir de modelos, mas não existe um único modelo para entender essa realidade.

Confira as fotos do Fórum.

Museu da Vida: É possível separar a acessibilidade da justiça social?
Camila Alves: Quando eu disse que não dá para separar as duas coisas é porque a gente precisa considerar a deficiência a partir do modelo social da deficiência, que é quando a deficiência deixa de ser um problema individual, pertencente apenas ao corpo da pessoa, e passa a ser uma realidade produzida socialmente. Nesse sentido, pensar a deficiência como uma realidade produzida a partir de práticas sociais é o que nos permite dizer que não dá para separar ambas. A deficiência passa a ser vista como um produto social devido à sociedade que oprime determinados corpos em detrimento de outros.

Museu da Vida: No universo da acessibilidade, o que seria o capacitismo?
Camila Alves: O capacitismo é o nome que a gente dá para toda forma de opressão e categorização feita sobre um corpo a partir de sua incapacidade. Principalmente nos corpos com deficiência, mas não só. O capacitismo, por exemplo, é a força que existe em nós e que nos surpreende quando uma pessoa com deficiência realiza gestos e consideramos que aquela pessoa não poderia fazer aquilo. Ele é todo um conjunto de noções sobre deficiência que existe dentro de cada um de nós. 

Museu da Vida: Os museus do Rio estão preparados no tocante à acessibilidade?
Camila Alves: De uma forma permanente, entendo que não. No entanto, já vivemos, cada vez mais, acessibilidades pontuais. É cada vez mais comum a gente ter acesso a  exposições com algum grau de acessibilidade. Mas é claro que a gente já tem espaços no rio, como o Museu do Amanhã, com estratégias mais permanentes.

Publicado em 21/2/2020

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