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Imagem: Maria Buzanovsky

Atuante na causa de pessoas com deficiência há mais de 35 anos, Vânia Mefano, professora da UFRJ e terapeuta ocupacional, trouxe dados sobre a relação entre deficiência e pobreza. Em seu mestrado em Saúde Pública na Escola Nacional de Saúde Pública da Fiocruz, Vânia analisou as políticas públicas para pessoas com deficiência, tentando contextualizar as condições socioeconômicas desse grupo. “Os estudos científicos mostram que a pobreza tem fatores que favorecem a condição de deficiência. A realidade de empobrecimento dessas pessoas, com redução da oferta de emprego e escolaridade e salário baixos, não é uma condição exclusiva de países em desenvolvimento e subdesenvolvidos. Países com renda média e alta também passam por isso”, ressaltou.

Em 2016, o Brasil alcançou a marca de 52,8 milhões de pessoas em situação de extrema pobreza, aquelas que vivem com uma renda mensal de cerca de R$ 140. Em 2017, o número saltou para 54,8 milhões. Os fatores na situação de extrema pobreza que geram mais tendência à deficiência são discutidos internacionalmente pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), sendo eles: problemas nutricionais, falta de acompanhamento de saúde e exames pré-natais, doenças infecciosas, acidentes, entre outros. “São condições de vida que geram mais vulnerabilidade para a deficiência”, explicou. “Na situação em que as condições de saúde são precárias e há falta de assistência de saúde, as condições de deficiência se agravam”.

Outra questão levantada pela pesquisadora é que a deficiência também gera pobreza, uma vez que os custos de uma família onde há uma pessoa com deficiência são diferenciados e elevados devido a materiais para curativos e adaptados à vida da pessoa, medicamentos e outros insumos. “Muitas vezes, uma família com uma pessoa com deficiência compromete um familiar, porque é uma pessoa que vai disponibilizar tempo, levando em escolas, médicos ou ficando em casa para não deixar a pessoa com deficiência sozinha. Nesse papel, o familiar não é um sujeito que está livre para ser economicamente ativo”, pontuou.

Por último, Vânia trouxe a experiência com o Projeto Terapia Ocupacional na Atenção Básica, da UFRJ, que realiza um trabalho de campo desde 2016 no Complexo de Favelas da Maré com o objetivo de qualificar o cuidado das pessoas com deficiência na Atenção Básica. Uma equipe de profissionais da saúde é formada e, junto a eles, são feitas conversas para investigar a percepção desses profissionais sobre deficiência e capacitá-los. Como resultado, o número de pessoas cadastradas aumentou. Os desafios, porém, são grandes. "Um deles é fazer uma agenda na atenção básica para o cuidado das pessoas com deficiência", ilustrou. 

Acesse aqui a matéria inicial do seminário DH em debate. 

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Publicado em 21/12/2018

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