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Imagem: Maria Buzanovsky

A realidade para muitos jovens que vêm de famílias pobres, no Brasil, é dura: conciliar estudo e trabalho ou, até mesmo, apenas trabalhar e deixar os estudos. André Sobrinho, da Agenda Jovem Fiocruz e coordenador da área de educação do Programa de Desenvolvimento do Campus Fiocruz Mata Atlântica, também comentou sobre outra realidade: a juventude brasileira é a mais afetada em relação ao desemprego. No tocante à violência, o homicídio é brutal, principalmente na faixa etária de 19 a 29 anos entre homens negros. “Fala-se muito na geração nem-nem, que nem estuda, nem trabalha. Há um grupo de pesquisadores que problematiza isso, reforçando que precisamos falar sem-sem, ou seja, eles não têm estudo, tampouco trabalho. É menos uma escolha da juventude e mais as condições socioeconômicas que impactam a possibilidade de os jovens acessarem esses direitos”, contextualizou.

André foi categórico ao afirmar que, quando se sente que os direitos estão ameaçados é a hora em que se percebe que eles não estão dados. Eles são construídos. Segundo ele, a ideia de direito precisa ser permanentemente colocada. “Assim como a ideia de direito, a percepção de juventude também é uma construção social e histórica. Quando a gente fala de direitos dessa população, temos que ter em mente que a ideia de jovem como sujeito de direitos é muito recente no Brasil, principalmente se pensarmos no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA)”, lembrou. 

Antes do ECA, criado em 1990, Sobrinho destacou que os jovens eram tratados como pessoas que precisavam de políticas assistencialistas ou repressivas. Logo após, começou a se falar em pessoa que precisa de proteção e suporte para se desenvolver. Outro marco na agenda jovem brasileira foi o Estatuto da Juventude, ainda mais recente, de 2013, que contempla as pessoas de 15 a 29 anos. “No Brasil, temos uma legislação avançada no sentido da consagração dos direitos, mas temos o Brasil real, que produz diferenças e desigualdades. Para a favela, isso é mais cruel”, afirmou. “No momento histórico atual, onde estamos resgatando a concepção inicial dos direitos, temos que pensar em que tipos de mobilização coletiva a juventude pode fazer para garantir mais direitos. Via cultura é possível, mas o caminho é, também, por uma via política”. Suas últimas colocações reforçam um ponto essencial: a luta por esses direitos, no entanto, não é apenas da juventude, mas, sim, de todas as gerações.

Acesse aqui a matéria inicial do seminário DH em debate. 

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Publicado em 21/12/2018

 

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