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O Planta Vida é o projeto do Felipe Chuquer, estudante de ensino médio e jovem aprendiz aqui do Museu da Vida. Ele busca mostrar de maneiras lúdicas o universo das plantas em diferentes abordagens, compartilhando textos e vídeos sobre suas descobertas ao explorar os espaços da Fiocruz. 

No primeiro post do projeto, nas redes sociais do Museu, ele pediu pra vocês deixarem perguntas pra que ele pesquisasse e respondesse. 

Bem, aqui está a resposta à pergunta do Helver Dias (@elvis_naomorreu): Existe algum levantamento de espécies do campus?

Planta Vida: Sim, foi feito um levantamento de espécies arbóreas (árvores e palmeiras) no campus em 2017, sob coordenação da Cogic, com a finalidade de conhecer melhor o patrimônio vegetal e aperfeiçoar a gestão ambiental. Foram catalogadas cerca de 185 espécies e mais de 20 mil exemplares na Fiocruz em Manguinhos (campus Manguinhos e Expansão). Por isso, grande parte das árvores dos campi tem uma plaquinha de alumínio numerada, que é sua identificação. A Cogic continua realizando ações de plantio de espécies nativas para enriquecimento dos bosques, com o potencial de atrair aves e outros animais, além de ações de arborização urbana. A intenção é que a cada cinco anos seja feito um novo levantamento de atualização. Vale lembrar que, na cidade do Rio de Janeiro, só são considerados exemplares de porte arbóreo aqueles cujo caule, na altura de 1,30m, têm o diâmetro igual ou maior que 5cm. Dependendo das características do exemplar (a espécie a que pertence, a idade que tem, o habitat onde se encontra), é obrigatória a preservação da árvore.

Esta resposta foi elaborada com o apoio da Coordenação Geral de Infraestrutura dos Campi (Cogic/Fiocruz).

O Pedro Nascimento Theodoro (@pedrohenrique.theodoro) também perguntou: Quais partes são nativas e em quais houve planejamento da arborização?

Planta Vida: Originalmente, o local em que foi implantado o campus da Fiocruz era uma área de colinas cercadas de terras alagadiças e com vegetação rasteira, típica de mangue. Não se pode afirmar que ainda exista alguma parte dessa vegetação original, chamada de primária, pois o terreno passou por várias transformações ao longo do tempo, tendo sido uma fazenda e também um local de incineração de lixo. A partir de 1904, começaram a ser construídos os prédios que hoje compõem na Fiocruz o Núcleo Arquitetônico Histórico de Manguinhos (NAHM). No caminho que os cientistas percorriam entre a estação de trem e esses prédios, foram plantadas figueiras, que não são nativas do Brasil, isto é, são exóticas, e que permanecem aqui até hoje – são nossas figueiras centenárias. A partir delas, nasceram bosques espontâneos contendo espécies nativas. Essa situação de uma vegetação plantada dar origem a bosques espontâneos com vegetação nativa se repetiu em outras áreas do campus, o que foi bastante positivo e contribuiu para a formação dessa grande área verde do campus da Fiocruz em Manguinhos. Mas, às vezes, situações problemáticas também são identificadas: por exemplo, atualmente, o pau-formiga (Triplaris americana), que é uma espécie nativa, tem se multiplicado muito, dificultando o desenvolvimento de outras variedades de plantas. Mas, voltando à história do campus, juntamente às construções do NAHM, foi implantado, na década de 1920, um jardim nas imediações do Castelo Mourisco, composto por vegetação exótica, pois era o gosto da época. Com o passar dos anos, e à medida que eram construídos novos edifícios, composições paisagísticas foram sendo planejadas e implantadas, mas agora o repertório de preferência não era mais o exótico. Podemos citar os jardins do entorno da Portaria da Avenida Brasil e do entorno do Pavilhão Henrique Aragão, implantados na década de 1950 com uma nova concepção artística. Com destaque, o jardim do Pavilhão Arthur Neiva (foto) foi projetado pelo paisagista Roberto Burle Marx. 

Esta resposta foi elaborada com o apoio da Coordenação Geral de Infraestrutura dos Campi (Cogic/Fiocruz) e do Departamento de Patrimônio Histórico da Casa de Oswaldo Cruz (DPH/COC/Fiocruz). 

A Simone Villas-Boas (@simone.villasboas) perguntou: Quem projetou os jardins [do campus Manguinhos da Fiocruz]?

O Felipe conversou com o Departamento de Patrimônio Histórico da Casa de Oswaldo Cruz (DPH/COC/Fiocruz) e a Coordenação Geral de Infraestrutura dos Campi (Cogic/Fiocruz).

O que ele descobriu compartilha agora com vocês!

Planta Vida: Os jardins mais antigos que permanecem no campus - o jardim da frente do Castelo Mourisco e o associado à Praça Pasteur - são atribuídos a Luiz de Moraes Jr., arquiteto português que também projetou os prédios do Núcleo Arquitetônico Histórico de Manguinhos (NAHM), inclusive o Castelo, idealizado por Oswaldo Cruz. Já na época de consolidação do campus, destacam-se os jardins elaborados pela equipe da Divisão de Obras do Ministério de Educação e Saúde, com protagonismo do paisagista Ramiro Pereira. Na contemporaneidade, a equipe responsável pela área de planejamento paisagístico é do Departamento de Gestão Ambiental da Coordenação Geral de Infraestrutura dos Campi (Cogic/Fiocruz). Já integraram a equipe as paisagistas Guta Cabral e Cintia Moreira, e, atualmente, está à frente a paisagista-agrônoma Manucie Junqueira.

Chegou a vez da pergunta da Barbara (@bacbc_bz)Qual a árvore mais antiga do campus [Manguinhos, Fiocruz]?

Planta Vida: Não sabemos qual a árvore mais antiga da Fundação. Provavelmente, esta pergunta ficará, para sempre, sem resposta. Determinar a idade de uma árvore em ambiente urbano é bastante difícil (se ela for cortada, pode-se tentar estimar a idade pela análise da parte interna do tronco, mas, claro, o melhor é que isso não seja feito!). A partir de 1900, após a instalação do Instituto Soroterápico Federal, atual Fiocruz, o campus começou a ser revitalizado. É possível que ainda existam espécimes de plantas nativas que datam desse período, mas, das épocas anteriores, acredita-se que não. Entre as plantas exóticas, destaca-se a aleia de figueiras centenárias (da espécie Ficus microcarpa) que pontuam parte do Caminho Oswaldo Cruz. Ainda no início do século 20, os cientistas vinham de trem e utilizavam esse Caminho para chegar às primeiras construções do campus. Essas figueiras já apareciam nas fotografias do campus da década de 1920.

Novamente, agradecemos o apoio do Departamento de Patrimônio Histórico da Casa de Oswaldo Cruz (DPH/COC/Fiocruz) e da Coordenação Geral de Infraestrutura dos Campi (Cogic/Fiocruz) na elaboração desta resposta!

Atualizado em 12/09/2019.

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