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Coordenada pelo Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT) acontece, anualmente, no mês de outubro e, em 2019, ela tem como tema "Bioeconomia: Diversidade e Riqueza para o Desenvolvimento Sustentável". Para celebrar a SNCT 2019, além das atividades de divulgação científica e cultural, a Fiocruz também preparou um "pingue-pongue" para todo mundo ficar por dentro dos assuntos da Semana. Confira os conteúdos produzidos pela Coordenação das Ações de Prospecção da Presidência da Fiocruz e participe da nossa SNCT 2019

O que é bioeconomia?
Coordenação das Ações de Prospecção: De acordo com a nossa perspectiva, a bioeconomia assume que não existe separação entre economia, sociedade e natureza. Isso requer um projeto nacional de desenvolvimento que seja compatível com a disponibilidade de recursos naturais e a capacidade de regeneração do meio ambiente. A Coordenação entende que a bioeconomia pode ser inserida em um debate sobre padrões de desenvolvimento que incorpore as dimensões econômica, produtiva, social e ambiental. Para isso, é fundamental o fortalecimento dos Estados Nacionais e a democratização da produção e do acesso ao conhecimento e inovações tecnológicas associadas à bioeconomia, de forma a promover a redução das desigualdades sociais, territoriais e na ordem global.

Como a bioeconomia se relaciona com os conhecimentos locais e os saberes populares?
Coordenação das Ações de Prospecção: 
Se não existe economia separada da sociedade e da natureza (ambiente), então a bioeconomia está intimamente ligada aos territórios e suas populações. Portanto, os conhecimentos locais e os saberes dessas populações são muito importantes. Esse tipo de saber é passado de geração em geração e, conciliado com o conhecimento científico, permite aprofundar os conhecimentos sobre os territórios onde ocorrem os processos econômicos, tanto para preservar o conhecimento local, como para torná-lo acessível à sociedade como um todo. Nesse sentido, a bioeconomia também se mostra inserida dentro de uma política de desenvolvimento regional e territorial relacionado à redução de iniquidades que se manifestam no território.

Qual a importância de se falar sobre bioeconomia nos dias atuais?
Coordenação das Ações de Prospecção: 
O contexto contemporâneo evidencia uma relação nefasta do homem com a natureza. Poluição, desmatamento, efeito estufa, contaminação e extinções em massa são frutos dessa relação. No entanto, é importante falar de bioeconomia na medida em que se reforça a necessidade e a possibilidade de estabelecermos um padrão de desenvolvimento homem-natureza que promova dinamismo econômico, com a geração de inovação, emprego e renda, sem incentivar a degradação do meio ambiente.

Sustentabilidade e bem-estar social são obstáculos ao desenvolvimento econômico?
Coordenação das Ações de Prospecção: 
Como é possível a sustentabilidade e o bem-estar social serem considerados obstáculos ao desenvolvimento? Ao contrário, sustentabilidade e bem-estar social são os objetivos e devem ser instrumentos para o desenvolvimento, gerando ciência, tecnologia, emprego e inovação. O Brasil é um país de baixa e média renda per capita; precisamos nos desenvolver. Com nosso conhecimento sobre o meio ambiente, sabemos que é preciso e possível que esse processo seja realizado de forma sustentável. Por exemplo, sistemas universais de saúde, como o NHS britânico, têm liderado a demanda por insumos sustentáveis.

O que o tema bioeconomia tem a ver com saúde, SUS e Fiocruz?
Coordenação das Ações de Prospecção: 
Se não há qualidade de vida, do ar, da água, dos alimentos, da vida nas cidades e da mobilidade urbana, você não terá uma boa saúde. A saúde está muito relacionada à qualidade do desenvolvimento. A questão central hoje não é apenas a quantidade de desenvolvimento, mas a qualidade. E isso nos remete ao campo da bioeconomia.

A bioeconomia pode contribuir para a redução das desigualdades sociais?
Coordenação das Ações de Prospecção:
Sim, a bioeconomia pode contribuir para a redução das desigualdades sociais. O sentido da contribuição será dado pela política e pela participação da sociedade. Qual Brasil queremos para o futuro? O futuro é uma construção. Se a bioeconomia for utilizada para gerar tecnologias para a saúde pública, para despoluir e preservar rios e mares e para gerar renda para a população, aproveitando recursos da natureza de forma sustentável, ela pode contribuir para a redução das desigualdades sociais e territoriais.

Como colocar a bioeconomia em prática? Qual o papel de cada um?
Coordenação das Ações de Prospecção: 
O primeiro passo para colocar a bioeconomia em prática é perceber e divulgar o real valor do nosso patrimônio ambiental. Para isso, devemos apoiar as universidades, centros de pesquisa e outras instituições geradoras de conhecimento. São essas instituições que ajudam a sociedade a perceber que, por exemplo, a floresta “vale” mais em pé do que derrubada, que a Baía de Guanabara limpa “vale” mais do que suja. Em paralelo, deve-se estabelecer um canal permanente de diálogo entre o Estado e a Sociedade para promover atividades que preservem o meio ambiente, produzam emprego e gerem renda. Por último, precisamos defender, na arena global, a democratização do acesso ao conhecimento e inovações tecnológicas associadas à bioeconomia, de forma que os países periféricos não sejam aprisionados em trajetórias insustentáveis, baseadas em uma extração predatória de recursos naturais.

Atualizado em 21/10/2019.

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