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Informativo do Núcleo de Estudos da Divulgação Científica do Museu da Vida 

Ano XX - nº. 279. RJ, 6 de setembro de 2021. 

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Neste informe: 

Destaque 

1. A percepção (embasada em dados) sobre Covid-19  

Leituras 

2. Não basta confiar na ciência  
3. Informação, percepção e, se tudo der certo, vacinação!  
4. O uso de aplicativos móveis por museus e centros de ciência  
5. Desequilíbrio de gênero na cobertura sobre ciência  

Ações 

6. Dos palcos para as telas  
7. Pesquisa sobre o impacto de vídeos de divulgação científica  

Eventos 

8. Webinário discute o ensino da divulgação científica na pandemia  
9. Conferência Mundial de Jornalistas de Ciência recebe propostas  
10. Encontro discute controvérsias científicas  
11. Evento debate estratégias de engajamento público com temas ambientais 

 

Destaque 

1. A percepção (embasada em dados) sobre Covid-19 – Tema ainda difícil e nebuloso, a percepção pública sobre a pandemia e a ciência é foco de estudo recém-publicado na revista Ciência e Saúde Coletiva. Realizada em 12 cidades brasileiras, a pesquisa utilizou-se da técnica de survey, aplicada por telefone, de 18 de maio a 10 de junho de 2020, chegando a um total de 1.643 participantes. A seleção dos respondentes foi controlada por sexo e idade, segundo os parâmetros populacionais do Censo Demográfico de 2010 do IBGE, e é representativa das cidades analisadas. Já naquele momento (em 10 de junho de 2020 havia 39.680 mortos no país pela Covid-19), a maioria dos entrevistados percebia a gravidade da pandemia, concordando totalmente ou em parte com a afirmação de que “a pandemia está fora de controle e é uma ameaça a todos nós” (55% e 27%, respectivamente) e discordando totalmente ou em parte da frase “a COVID-19 tem o mesmo perigo de uma gripe comum” (67% e 13%, respectivamente). Segundo os autores, porém, um grupo formado por faixas etárias acima de 45 anos, com Ensino Médio, renda domiciliar de até dois salários mínimos e evangélicos apresentou maior concordância com a frase “Tem muito exagero sobre os perigos da COVID-19”. Sobre fontes de informação, foram apontadas como fontes com maior confiabilidade: médicos e profissionais da saúde; Organização Mundial da Saúde (OMS); cientistas de universidades ou institutos de pesquisa; e Ministério da Saúde. O artigo “Confiança, atitudes, informação: um estudo sobre a percepção da pandemia de COVID-19 em 12 cidades brasileiras” está disponível em: <https://bit.ly/3zOPgKt>. 

Leituras 

2. Não basta confiar na ciência – Confiança total na ciência pode deixar as pessoas mais suscetíveis a acreditar em pseudociência. Esta é a conclusão de estudo publicado em setembro no periódico Journal of Experimental Social Psychology. A pesquisa consistiu na realização de quatro experimentos com cerca de 2 mil norte-americanos adultos, envolvendo mensuração da confiança na ciência e de entendimento sobre método científico, leitura de notícias com e sem fontes e dados científicos e perguntas sobre se os participantes acreditavam nas informações dos textos e se estes deveriam ser compartilhados. Os participantes mais otimistas e confiantes em relação à ciência foram também os mais propensos a acreditar no relato falso se ele contivesse referências científicas e a concordar que deveria ser compartilhado. Diante dos resultados, os autores se apressaram a ressaltar que a confiança na ciência é importante, mas não é suficiente. Para eles, uma solução mais sustentável para frear a desinformação é ajudar o público a compreender melhor como funciona a ciência, sobretudo suas metodologias. O artigo tem acesso restrito (https://bit.ly/3jNzycW), mas seus resultados foram divulgados e comentados pelo veículo The Journalist's Resource e está disponível em: <https://bit.ly/3zQdPH6>. 

3. Informação, percepção e, se tudo dar certo, vacinação! - Como combater a desinformação ainda é um enorme desafio para a divulgação científica e a sociedade em geral. Nesse embate, informações confiáveis são sempre bem-vindas. Pensando nisso, um grupo de cientistas liderado pela Universidade de Bristol, do Reino Unido, criou um guia online para ajudar a combater a disseminação de desinformações sobre as vacinas contra a Covid-19. O objetivo é “fornecer dicas práticas, além de informações e evidências atualizadas para que as pessoas possam falar com mais segurança sobre as vacinas, reduzindo o medo e reagindo aos mitos associados a esse tema de forma construtiva”. Há no manual informações sobre vacinas em geral, como o fato de elas salvarem uma vida a cada 5 minutos. Sobre as vacinas contra a Covid-19, em específico, há dados relevantes contra algumas teorias da conspiração, como a explicação sobre a facilidade de financiamento de pesquisas, de recrutar voluntários para testes e mesmo de mensurar e analisar os resultados, devido à enorme prevalência da doença. Mas o texto toca também em atitudes do público, enumerando as que aumentam a possibilidade de vacinação e outras que levam à hesitação. Disponível em português e outros idiomas, o Manual de Comunicação das Vacinas contra Covid-19 pode ser acessado em: <https://bit.ly/3zQPuB1>. 

4. O uso de aplicativos móveis por museus e centros de ciência - Os aplicativos móveis, ou apps, se tornaram onipresentes na vida cotidiana e, assim como outros espaços sociais, museus e centros de ciência também têm procurado utilizar a tecnologia para aprimorar a comunicação com os visitantes. Apesar do potencial, os aplicativos também podem frustrar seus usuários. Assim, é fundamental ter clareza sobre o que é necessário para tornar a experiência bem-sucedida. O estudo “A survey and evaluation of mobile apps in science centers and museums”, publicado em agosto no Journal of Science Communication, traz importantes orientações. Os autores investigaram mais de 900 museus e centros de ciência, a maioria localizada no continente americano, com o objetivo de mapear os aplicativos móveis em uso. Destes, apenas 38 instituições tinham aplicativos móveis totalmente funcionais para smartphones, sugerindo que a tecnologia ainda é pouco utilizada pelos museus.  A partir da análise das características positivas e negativas dos 38 apps mapeados, os autores conseguiram identificar características que auxiliam os usuários a ter uma experiência positiva com um aplicativo móvel e, portanto, apoiar futuras iniciativas. Leia o artigo completo em: <https://bit.ly/3n4UMVN>. 

5. Desequilíbrio de gênero na cobertura sobre ciência – Disparidades de gênero na ciência têm atraído a atenção da academia na última década. Menos visibilidade, porém, tem sido dada a um aspecto sintomático dessa desigualdade: mulheres cientistas são citadas com muito menos frequência em reportagens sobre ciência do que seus pares homens. Estudo publicado em junho na plataforma preprint bioRxiv indicou que, nas matérias da revista Nature, a proporção de cientistas mulheres entrevistadas aumentou nos últimos 15 anos, mas continua bastante desigual! Foram analisadas mais de 22 mil reportagens entre 2005 e 2020. Em 2005, 87% das citações eram de cientistas homens. Em 2020, estas representaram 69%. Embora seja um estudo preprint – ou seja, ainda não revisado por pares – a pesquisa gerou repercussão: a própria Nature publicou editorial reconhecendo que precisa se empenhar mais para eliminar tal viés. Já a revista científica Physics Today replicou a metodologia e identificou que, em 2005, 89% das falas citadas em suas reportagens eram de cientistas homens, proporção que caiu para 74% em 2020. Em matéria publicada em agosto, os editores afirmaram que vêm buscando fontes mais diversas nos últimos anos, mas reconheceram que “ainda há muito a ser feito”. Leia o estudo em: <https://bit.ly/3DRBfOQ>. Leia matéria da Physics Today em: <https://bit.ly/3n6CPGs>.  

Ações 

6. Dos palcos para as telas – Quem conhece o Museu da Vida sabe que o teatro é uma das suas grandes atrações. Mas, com a pandemia de Covid-19, a visitação física ao museu precisou ser interrompida e sua programação passou a ser oferecida on-line. Desde então, a equipe de teatro vem se dedicando à produção de material audiovisual inspirado nos espetáculos teatrais de seu repertório. Dois deles acabam de ser lançados: a esquete "Conferência Sinistra" virou um curta-metragem e o espetáculo “Paracelso”, uma websérie de quatro episódios. Todos contam com recursos de tecnologia assistiva – janela de libras, legenda e audiodescrição. Para conferir, basta acessar o canal do Museu da Vida no Youtube (youtube.com/museudavida). Não é a mesma coisa que compartilhar aquela energia que vem do palco, mas já dá para afagar a saudade! Mais informações sobre as produções em: <https://bit.ly/3ySIPou>. 

7. Pesquisa sobre o impacto de vídeos de divulgação científica – Com a popularização crescente do acesso à internet, as redes sociais têm alcançado cada vez mais usuários, abrindo um enorme potencial para produtos audiovisuais sobre ciência. Com o intuito de compreender melhor o impacto de vídeos de divulgação para o aprofundamento da cultura científica, um projeto de pesquisa da Universidade da Costa Rica desenvolveu um questionário para avaliar a recepção do vídeo de animação “En busca del pez sierra”. O questionário – que leva cerca de 16 minutos para ser respondido – contém perguntas sobre perfil socioeconômico dos respondentes, hábitos culturais, fontes de informação, entre outras, e conta com o vídeo de 2:30 minutos, seguido de questões, todas em espanhol. Internautas de quaisquer países estão convidados a participar. Acesse o formulário em: <https://forms.gle/9rwVAmgwrh8W4CHW8>.  

Eventos 

8. Webinário discute o ensino da divulgação científica na pandemia – A pandemia de Covid-19 impactou sistemas educacionais em todo o mundo, incluindo o ensino da divulgação científica. Para debater e refletir sobre o assunto, a rede Public Communication of Science and Technology (PCST) organizou um webinário gratuito, a ser realizado em 09/09, às 8:30h (horário de Brasília). Para participar, é necessário se inscrever previamente em: <https://bit.ly/3tjg577>. 

9. Conferência Mundial de Jornalistas de Ciência recebe propostas – A Federação Mundial de Jornalistas de Ciência prepara sua próxima conferência, que acontecerá de 27/06 a 1/07 de 2022, em Medellín (Colômbia). O encontro ocorrerá em formato híbrido (presencial e virtual). Os interessados têm até 12/09 para enviar propostas de sessões temáticas, painéis, workshops e também de novos formatos. Mais informações em: <https://bit.ly/38JPOFB>. 

10. Encontro discute controvérsias científicas – O 8º Encontro de Divulgação de Ciência e Cultura, promovido pelo Labjor (Unicamp), recebe resumos de trabalhos até 13/09. Com o tema “Controvérsias: potencialidades e disputas em ciência, cultura e tecnologia”, o evento ocorre de 19/10 a 21/10 em formato virtual. A inscrição para ouvintes é gratuita; para quem apresentar trabalho, custa R$ 10. Saiba mais em: <https://bit.ly/3jL9i2W>.  

11. Evento debate estratégias de engajamento público com temas ambientais – Em 14/09 e 15/09 será realizada a conferência online “Communicate: People. Nature. Climate”, produzida pelo Natural History Consortium. O evento tem como foco apoiar comunicadores para a Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas e debater o engajamento público. A taxa de inscrição custa 25 libras (sem impostos). Programação e inscrições em: <https://bit.ly/3n28g4O>. 
 

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Ciência & Sociedade é o informativo eletrônico do Núcleo de Estudos da Divulgação Científica do Museu da Vida (Casa de Oswaldo Cruz/Fiocruz). Editores de Ciência & Sociedade: Marina Ramalho e Carla Almeida. Redatores: Luís Amorim e Rosicler Neves. Projeto gráfico: Barbara Mello. Informações, sugestões, comentários, críticas etc. são bem-vindos pelo endereço eletrônico <Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.>. Para se inscrever ou cancelar sua assinatura do Ciência & Sociedade, envie um e-mail para <Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.>. 

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