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Por Teresa Santos

Tem mais um projeto lindo saindo do forno! É a série 'Cuidar do prazer, prazer de cuidar', que chama atenção para a importância da prevenção contra as infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) e que, ainda, combate o preconceito. O projeto é fruto de uma parceria entre o Museu da Vida Fiocruz e escolas públicas do território de Manguinhos e nasceu após a passagem da peça 'O rapaz da rabeca e a moça Rebeca' por instituições da rede estadual de ensino do território.

O espetáculo, promovido pelo projeto Ciência em Cena, é inspirado na história 'O rapaz da rabeca e a moça da camisinha', do cordelista cearense José Mapurunga. Ele conta a história de dois jovens que vivem na distante Cantiguba-dos-Aflitos. Apesar de terem nascido em contextos sociais diferentes, eles se apaixonam.  O casal quer viver esse amor, mas, além da oposição das famílias, acontecimentos inesperados surgem ao longo do caminho.

A peça teatral, que foi planejada em parceria com o Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI/Fiocruz), foi encenada, entre 27 e 30 de junho de 2022, no Colégio Estadual Compositor Luiz Carlos da Vila, no Colégio Estadual Professor Clóvis Monteiro, na Educação de Jovens e Adultos de Manguinhos (EJA-Manguinhos), no Pré-vestibular Construção e na Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio.

Com muita música, dança e humor, o espetáculo, levou um importante debate sobre prevenção contra as infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) às escolas. E, ao final das apresentações, o elenco respondeu a dúvidas dos alunos acerca de sexo, HIV/Aids e outras ISTs. 
Cards nascem do diálogo com múltiplos atores.

Partindo das questões que geraram mais dúvidas e debate entre os estudantes após as apresentações da peça, pesquisadores, educadores, atores, comunicadores e designers do Museu da Vida Fiocruz elaboraram, em conjunto com professores das escolas do território de Manguinhos que receberam as peças, uma série de cinco cards. O produto final, que associa material gráfico a pequenos textos informativos, tornou-se, agora, mais um aliado dos professores no debate de temas relacionados à sexualidade, ao HIV/aids e outras ISTs em sala de aula.

A iniciativa levou ainda à produção de peças gráficas de divulgação do espetáculo ‘É o fim da picada!’. A peça que aborda as arboviroses também foi encenada em escolas municipais do Rio de Janeiro no segundo semestre de 2022. Entre 4 e 6 de julho, o espetáculo visitou a Escola Municipal Oswaldo Cruz e a Escola Municipal Ruy Barbosa.

O começo dessa história, no entanto, é mais antigo. Segundo Alessandro Batista, educador do Núcleo de Desenvolvimento de Público do Serviço de Educação do Museu da Vida Fiocruz que participou da equipe à frente do projeto, o trabalho atual é fruto da experiência que acumularam com participação na “Pesquisa Científica e Tecnológica para Inovação em Educação e Comunicação para prevenção da Zika e doenças correlatas nos territórios”.

Com a coordenação da presidente da Fiocruz, Nísia Trindade Lima, e parceria com diferentes unidades e setores da Fiocruz, entre eles, a Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV), a Fiocruz Brasília, o Museu da Vida Fiocruz, da Casa de Oswaldo Cruz (COC), o Canal Saúde e o Observatório de Territórios Sustentáveis e Saudáveis da Bocaina (OTSS/Fiocruz), vinculado à Vice-Presidência de Ambiente, Atenção e Promoção da Saúde (VPAAPS), a iniciativa buscava, entre outras metas, construir um modelo de divulgação e popularização da ciência com base territorial para promoção da saúde, que colaborasse na formulação de políticas públicas de saúde de bases territorializadas.

Um dos frutos desse projeto foi a série de cards ‘O Aedes não faz quarentena’ que, em 2021, foi compartilhada via WhatsApp. A rede de disparadores foi composta por professores de escolas estaduais e articulares culturais do território de Manguinhos.

Alessandro explicou que, naquele momento, ele e equipe tiveram a experiência de dialogar com lideranças comunitárias, professores e profissionais de saúde do território de Manguinhos. “Isso nos inspirou a continuar com essa interlocução, principalmente com os professores, ampliando o diálogo para que pudéssemos pensar conjuntamente com esses educadores, materiais que pudessem tanto colaborar com a comunicação, com a divulgação de temas relacionados à saúde quanto serem usados em sala de aula”, afirmou.

Durante esse processo, veio ainda a ideia de aliar as ações às atividades do grupo de teatro do Museu, o Ciência em Cena, que iniciava, no segundo semestre de 2022, a itinerância em escolas do território de Manguinhos das peças 'O rapaz da rabeca e a moça Rebeca' e 'É o fim da picada!’.

Segundo a historiadora Clarice Ramiro, bolsita do Museu da Vida Fiocruz que também fez parte da equipe à frente do projeto, “esse trabalho despertou o encantamento nas equipes envolvidas e no público atendido, na medida em que pudemos debater de forma aberta e pautada pelo saber científico, temas de grande relevância, como as arboviroses, os Determinantes Sociais da Saúde, os autoritarismos e as sexualidades”, destacou.

Para ela, a marca do trabalho foi dialogar de maneira sensível, tratando de temas candentes no tom que o fazer científico democrático deve ter. “Guardarei para sempre essas memórias enquanto divulgadora da ciência”, destacou.

A experiência, para Alessandro, colabora ainda para se pensar uma metodologia de desenvolvimento de materiais participativos, com base territorial dentro das realidades das favelas, usando o caso de Manguinhos como uma espécie de projeto-piloto. “Entendemos que esse é o início de um processo que se quer duradouro entre o Museu da Vida Fiocruz e a Fiocruz como um todo e os professores e as escolas públicas do nosso território”, pontuou, acrescentando que, futuramente, é possível pensar na ampliação das ações, passando a incluir novos colaboradores, entre eles, parceiros de movimentos sociais e de organizações não governamentais.

Conheça os cinco cards da série 'Cuidar do prazer, prazer de cuidar'
O card de abertura da série 'Cuidar do prazer, prazer de cuidar' conceitua HIV e diferencia-o da síndrome chamada de aids. Além disso, combate o preconceito, reforçando que o HIV, assim como a aids, não é uma sentença de morte.

O segundo card da série é dedicado às formas de transmissão do HIV. Além de reforçar a importância do uso da camisinha durante o sexo anal, vaginal e oral, lembra que beijo, masturbação a dois, uso de talheres e copos, de banheiro, entre outros, não transmite o vírus.

O terceiro card traz uma dúvida frequente entre os jovens: 'um casal sorodiferente pode ter filhos?' Além de explicar o termo ‘sorodiferente’, destaca que pessoas em tratamento e com vírus indetectável podem ter filhos com segurança.

O quarto card, por sua vez, foca no combate ao preconceito, explicando que qualquer pessoa exposta ao vírus pode pegar HIV, independente do sexo, idade, raça/cor ou orientação sexual. A mensagem ajuda a desconstruir a falsa ideia de que HIV e aids são doenças exclusivas de homens homossexuais.

Fechando a série, o quinto card presta um serviço, orientando onde e como os jovens podem adquirir preservativos e realizar a testagem para HIV. Nesse último material, são abordados ainda temas como profilaxia pós-exposição (PEP) e a profilaxia pré-exposição (PrEP).

O projeto foi viabilizado pela Lei Municipal de Incentivo à Cultura do Rio de Janeiro (ISS). É uma realização do Museu da Vida Fiocruz, da Secretaria Especial da Cultura e do Ministério do Turismo e teve como patrocinadores máster Santander, Abbott, e Enauta. Contou ainda com patrocínio da EDF Norte Fluminense, Supergasbras, Bayer, Dataprev, Technip FMC, White Martins, IHS Markit e Secretaria de Cultura da Prefeitura do Rio de Janeiro. E copatrocínio da Concremat e Fresenius e gestão financeira da SPCOC.

Publicado em 29 de novembro de 2011.

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