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Informativo do Núcleo de Estudos da Divulgação Científica do Museu da Vida
Ano XXII - nº. 294. RJ, 8 de dezembro de 2022.      

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Neste informe: 

Especial Desinformação 

1. Ceticismo no imaginário sobre Covid-19 

Leituras 

2. A divulgação da ciência em institutos de pesquisa 
3. Nova edição de JCOM América Latina 
4. Passado e futuro da divulgação científica 
5. Uma referência do jornalismo de ciência 

Ação 

6. Novo museu interativo abre suas portas   

Eventos 

7. Confiança na ciência no Brasil em tempos de pandemia 
8. Simpósio PCST Veneza  

Oportunidades 

9. Divulgação científica corporativa em foco  
10. Bolsas para jornalistas  
11. Inscrições de trabalho 

 

Especial Desinformação 

1. Ceticismo no imaginário sobre Covid-19 – Na pandemia de Covid-19, especialistas e formuladores de políticas mobilizaram vários slogans para persuadir a população a seguir as diretrizes de saúde pública. A análise desses slogans, segundo estudo publicado recentemente na revista Science, Technology & Society, dá indícios de como seus criadores imaginam quem é o responsável por ajudar a acabar com o surto da doença e o quê pode ser feito para frear a pandemia. No artigo “The Blind Spots of Sociotechnical Imaginaries: COVID-19 Scepticism in Brazil, the United Kingdom and the United States”, os autores identificaram os slogans dos primeiros meses da pandemia (de janeiro a junho de 2020) no Brasil, Reino Unido e EUA, países caracterizados por forte polarização política e descrença em fontes científicas por parte de seus governantes. Para isso, analisaram matérias e editoriais de três importantes jornais de cada país (O Estado de São Paulo, Folha de S.Paulo e O Globo no caso brasileiro). No Brasil, onde as autoridades regionais implementaram quarentenas flexíveis, a mensagem ao público foi “Fique em casa, mas, se precisar sair, use máscara e se cuide'”. Para os autores, tal apelo contribuiu para uma postura cética que individualizava a responsabilidade pelo enfrentamento da pandemia, o que poderia ter sido interpretado também como produto das constantes crises no Ministério da Saúde brasileiro. Em um contexto de inequidade social, em que é preciso “cuidar de si” e onde há limites para a cobertura de saúde, o uso de máscaras tornou-se o “preço a pagar” para manter a economia brasileira funcionando. Acesse o artigo e leia mais sobre os outros países estudados clicando aqui.

 

Leituras 

2. A divulgação da ciência em institutos de pesquisa – Publicado na última edição dos Anais da Academia Brasileira de Ciência, o artigo “Science communication activities at research institutes in Brazil: Recent expansion on the way to professionalization” busca analisar as atividades de divulgação científica realizadas por 169 institutos de pesquisa brasileiros. Os autores se debruçaram sobre o que chamaram de “estruturas médias de pesquisa” – ou seja, estruturas não tão pontuais como cientistas ou grupos de pesquisa nem tão amplas como universidades –, identificando com que frequência as atividades são realizadas e quais recursos humanos estão disponíveis. Os resultados sugerem que entre os anos de 2013 e 2017 houve um aumento da divulgação científica por parte de institutos. Para se comunicar com o público, eles tendem a utilizar mais os canais tradicionais de comunicação do que as mídias sociais. Os autores destacam que, embora se dediquem a atividades de comunicação, a maioria dos institutos de pesquisa brasileiros não conta com equipes de comunicação próprias e ainda carece de uma abordagem mais estruturada para a divulgação científica. O artigo pode ser lido gratuitamente em inglês no link.

 

3. Nova edição de JCOM América Latina – A edição de novembro da JCOM América Latina, jornal de acesso aberto e revisado por pares, reúne nove artigos sobre temas variados, além de uma resenha de livro. Três artigos tratam de museus – um investiga o fenômeno das selfies em um museu brasileiro, outro discute os antecedentes sociais e políticos que levaram à criação de um museu de ciência e tecnologia no Peru e o terceiro trata de um estudo de público em um centro de ciência no México. A história da divulgação científica é tratada em um artigo que investiga documentos produzidos pelos jesuítas no Brasil colonial, possivelmente os primeiros relatos a circular na Europa com informações sobre o país. Dois estudos qualitativos abordam o jornalismo científico, um analisa fontes e temáticas de quatro jornais impressos no Chile e o outro examina formato, linha editorial e conteúdo de um jornal de uma universidade brasileira. Há, ainda, o resultado de um levantamento dos divulgadores científicos brasileiros nas mídias sociais. Por fim, os conceitos essenciais da ciência recreativa são discutidos e apresentados em um manifesto dos membros da Red Mexicana de Ciencia Recreativa e uma proposta de um modelo de avaliação para a comunicação pública da ciência e tecnologia completa a publicação. Confira.

 

4. Passado e futuro da divulgação científica – O periódico Journal of Science Communication (JCOM) acaba de completar 20 anos. Criado para “observar e interpretar a evolução da divulgação científica em todas as suas formas”, a revista cresceu e aumentou bastante seu impacto nesse período. Para comemorar e refletir essa história, foram reunidos textos na seção “Comentários” (Comments) sobre diferentes aspectos do campo, como a sempre presente definição de divulgação científica, abordada por Bruce Lewenstein, até um olhar sobre a divulgação científica a partir de uma perspectiva de justiça social, trazido pelos pesquisadores Emily Dawson, Stephen Hughes, Simon J. Lock e Michel Wahome. A coletânea passa ainda pelo ensino e a formação em divulgação científica, abordados por Nancy Longnecker, e pela pesquisa em divulgação científica na América Latina, tema de especial interesse para os brasileiros e debatido por Luisa Massarani e Thaiane de Oliveira. Os textos estão acessíveis em inglês

 

5. Uma referência do jornalismo de ciência – Para os que estudam ou trabalham com jornalismo científico, o nome de Wilson da Costa Bueno é presença certa na lista de leituras importantes. Referência na área, entre outros fatores por ter escrito a primeira tese em jornalismo de ciência no Brasil em 1985, ele acaba de lançar o e-book Jornalismo Científico: teoria, prática e pesquisa. A obra reúne parte de sua produção acadêmica e profissional em jornalismo de ciência. Na primeira parte, contempla 10 capítulos que apresentam conceitos, práticas e formação nessa especialidade do jornalismo, além de levantamentos e análise dos grupos de pesquisa brasileiros nessa área, o debate sobre a divulgação científica nas mídias sociais e um texto sobre a trajetória e a contribuição de José Reis. Na segunda parte da obra há cinco capítulos que tratam também do jornalismo ambiental e do jornalismo em saúde. Já a terceira parte do e-book traz um conjunto significativo de referências sobre essas três áreas do jornalismo, incluindo literatura específica sobre estas modalidades e leituras de natureza geral sobre tecnologia, meio ambiente e saúde. Faça o download gratuitamente

 

Ação 

6. Novo museu interativo abre suas portas – A conexão entre arte, ciência e tecnologia, além da colaboração com indústrias e a sociedade, é um dos destaques do SESI LAB, o mais novo museu interativo brasileiro. O espaço acaba de abrir suas portas em Brasília, em um edifício tombado de Oscar Niemeyer, com três galerias para exposições; anfiteatro dedicado a shows, eventos e outras atividades culturais; e espaços de lazer, com área verde revitalizada com espécies nativas do cerrado. Autodenominado “hub de difusão do conhecimento do SESI e do SENAI e de parceiros da indústria”, conta com atividades lúdicas e inovadoras desenvolvidas em parceria com o Exploratorium, famoso centro de ciência norte-americano. A visita em dezembro é gratuita. Para adquirir os ingressos, acesse.

  

Evento 

7. Confiança na ciência no Brasil em tempos de pandemia – Este é o tema da survey do Instituto Nacional de Comunicação Pública da Ciência e Tecnologia, cujos resultados serão divulgados numa mesa-redonda em 12/12, às 9h, no Centro de Documentação e História da Saúde, Casa de Oswaldo Cruz/Fiocruz, em Manguinhos (RJ). O evento gratuito terá a participação de Luisa Massarani, Yurij Castelfranchi, Ildeu Moreira e Vanessa Fagundes e terá transmissão ao vivo aqui. Saiba mais.   

 

8. Simpósio PCST Veneza – Estão abertas, até 15/01, as inscrições para o simpósio “Science Communication Education and Training: Challenges and Strategies for Research and Academic Institutions”. O evento, organizado pela rede PCST, ocorrerá de 28 a 30/09, na Universidade Internacional de Veneza. Até 01/03, o valor da taxa de inscrição é 250 euros para membros do PCST e 330 euros para participantes de outras instituições. Mais informações.

 

Oportunidades 

9. Divulgação científica corporativa em foco – O Journal of Communication Management organizará uma edição especial sobre a divulgação científica realizada por organizações com fins lucrativos. Para colaborar com debates sobre o tema, os editores da revista esperam contribuições de trabalhos quantitativos e qualitativos de todos os campos da comunicação e disciplinas afins. As submissões devem ser realizadas entre 10/01 e 02/05. Mais informações.  

 

10. Bolsas para jornalistas – O Fundo para Investigações e Novas Narrativas sobre Drogas recebe até 12/12 inscrições de jornalistas do Brasil e de outros países da América do Sul para o apoio a matérias sobre políticas de drogas na América Latina. A seleção dará prioridade a pautas focadas em saúde pública, direitos humanos, jovens e mulheres, meio ambiente e dimensão rural. Serão aceitos diferentes formatos e as bolsas variam de US$ 3.400 a US$ 10.000. Informações.

 

11. Inscrições de trabalho – O congresso da RedPOP, que acontecerá no Museu da Vida Fiocruz, no Rio de Janeiro, de 10 a 16/07, terá como tema "Vozes Diversas: diálogos entre saberes e inclusão na popularização da ciência" e receberá trabalhos até 07/02. As modalidades serão: apresentação individual, intervenção artística e científica, mesa-redonda, minicurso e feira de ideias, onde o foco é a apresentação de projetos e produtos, como jogos, aparatos, protótipos, livros etc. Informações sobre convocatória e inscrições.

 

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Ciência & Sociedade é o informativo eletrônico do Núcleo de Estudos da Divulgação Científica do Museu da Vida (Casa de Oswaldo Cruz/Fiocruz). Editores de Ciência & Sociedade: Marina Ramalho e Carla Almeida. Redatores: Luís Amorim e Rosicler Neves. Projeto gráfico: Barbara Mello. Informações, sugestões, comentários, críticas etc. são bem-vindos pelo endereço eletrônico Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.. Para se inscrever ou cancelar sua assinatura do Ciência & Sociedade, envie um e-mail.   

     

* A seção Especial Desinformação é uma iniciativa do projeto “O desafio da desinformação em saúde: compreendendo a recepção para uma melhor divulgação científica”, contemplado pelo Programa Proep 2022, da Casa de Oswaldo Cruz (COC/Fiocruz) e do CNPq. 

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