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Informativo do Núcleo de Estudos da Divulgação Científica do Museu da Vida Fiocruz      

Ano XXII - nº. 327. RJ, 09 de setembro de 2025.      

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Esta semana acontece em Puebla, no México, o XIX Congresso da RedPOP, a Rede de Popularização da Ciência e da Tecnologia na América Latina e no Caribe. É o maior evento de divulgação científica da América Latina, reunindo profissionais, estudantes, pesquisadores e interessados no campo. Serão cinco dias (9-13) de uma intensa programação científica, que tem como tema central “Ciência viva: conectar mentes e comunidades” e inclui palestras, mesas redondas, comunicações orais e feiras de ideias. O Museu da Vida Fiocruz participa com oito representantes em diferentes atividades, abordando temas como ciência e arte, museus e exposições, profissionalização e formação de divulgadores e pesquisadores em DC, plataformas digitais e inteligência artificial (IA) e diversidade, inclusão e acessibilidade. Confira aqui o programa completo. Falando em IA, o destaque do Ciência & Sociedade de setembro é o artigo publicado em The Conversation Brasil sobre a ciência falsificada pela IA. O texto fala da dificuldade crescente de discernir entre os resultados oferecidos pelos diversos programas disponíveis que têm de fato base em evidências científicas e os que não têm, dada a sua capacidade de forjar os formatos e a linguagem científica, o que representa desafios adicionais para a divulgação científica. O boletim deste mês traz ainda notas sobre evento da RNP que irá debater o uso de IA na educação e na pesquisa, texto com orientações para transformar pesquisas científicas em políticas públicas, nova peça do Museu da Vida Fiocruz sobre acessibilidade, abertura das inscrições para mestrado em divulgação científica na Fiocruz, entre outras dicas de leituras, ações, eventos e oportunidades em DC. Boa leitura!   

 

Especial Desinformação

A ciência falsificada pela inteligência artificial – Não é de hoje que pessoas tentam vender produtos que prometem curas milagrosas. Com as redes sociais, o charlatanismo aumentou ainda mais o seu alcance. Mas são as ferramentas de inteligência artificial que estão tornando cada vez mais difícil discernir o que tem de fato base em evidências científicas. Os tratamentos revolucionários vêm embalados em estética e discurso acadêmicos, que ganham ainda mais credibilidade quando vendidos por cientistas “de verdade” – ou melhor, vídeos com voz e rosto imitados por deepfakes! São inúmeros os exemplos mundo à fora. No Brasil, uma das vítimas foi o médico Dráuzio Varella, que apareceu em vídeos falsos vendendo suplementos milagrosos. Supostos artigos científicos também têm sido criados usando ferramentas como ChatGPT, Gemini ou Claude, que geram textos completos em formato acadêmico, com referências falsas, DOIs e gráficos inventados. Isso tudo para sustentar dietas radicais, negar o aquecimento global ou disseminar mentiras sobre vacinas. A IA tem sido usada ainda para criar vídeos destinados ao público infantil, ensinando “ciência falsificada” com toda pinta de vídeo educativo. Os alertas estão no texto “Inteligência Artificial é cada vez mais usada para fraudar divulgação científica e aplicar golpes”, publicado no site The Conversation Brasil. Os autores ressaltam que o que está em jogo não é apenas a precisão de um conteúdo, mas “a própria ideia de ciência como um bem coletivo”. E opinam que, hoje, disseminar ciência é também “estimular a duvidar do que se veste como ciência, mas não foi construída como tal”. Leia aqui.

 

Leituras

Da pesquisa à política pública – Ver os resultados de sua pesquisa sendo usados pela sociedade é um dos principais objetivos daqueles que trabalham com a ciência aplicada. Influenciar diretamente políticas públicas, então, está no auge dessas ambições. Mas como fazer essa ponte? Após dez anos coletando e analisando dados de enquetes, entrevistas e workshops participativos com pesquisadores, gerentes de projetos, formuladores de políticas públicas e beneficiários envolvidos com o Centro Escocês de Expertise em Águas, um grupo de pesquisadores propõe em artigo publicado na Science Direct diretrizes para ajudar os colegas a atingir o impacto desejado de seus estudos – não necessariamente relacionados à água. Os autores identificaram fatores associados ao alto impacto, entre os quais o envolvimento de tomadores de decisão desde o início do projeto, intenso trabalho colaborativo durante sua execução e o estabelecimento de relações de confiança. Eles também apontam aspectos que podem dificultar o processo, como uma comunicação inadequada dos resultados, por exemplo, muito longas ou muito técnicas. Os autores reforçam que os impactos podem não ser nem diretos nem imediatos, mas aqueles que investem desde o início na colaboração ativa e na construção de confiança tendem a ser mais bem-sucedidos no subsídio de evidências para a formulação de políticas públicas. Leia mais sobre a pesquisa no blogue Fast Track Impact ou acesse a íntegra do artigo, em inglês.  

Jornalismo predatório? – As publicações predatórias são um problema para a ciência, mas também para o jornalismo. É o que mostra o artigo recém-publicado na revista Journalism Practice “I’d Like to Think I’d Be Able to Spot One”: How Journalists Navigate Predatory Journals”. Usando um roteiro semiestruturado, os autores entrevistaram 23 jornalistas norte-americanos e europeus, que compartilharam suas perspectivas sobre periódicos predatórios e suas estratégias para avaliar se um periódico é confiável ou não. O estudo, porém, mostrou que muitos jornalistas científicos não têm um procedimento específico de verificação. Muitos se baseiam em uma combinação de estratégias – em grande parte questionáveis – e na própria intuição para garantir que suas reportagens sejam baseadas em estudos consistentes publicados em periódicos de qualidade. Os autores apontam que a falta de estratégias consistentes enviesa a cobertura, com mais matérias sobre estudos publicados em periódicos conceituados e menos sobre pesquisas oriundas de periódicos de acesso aberto, que são tratados com desconfiança. O artigo, em inglês, pode ser acessado aqui.

Ações

Museu da Vida estreia peça sobre acessibilidade Quem é todo mundo?, a nova peça do Museu da Vida Fiocruz (MVF), é uma fábula que visa promover o debate sobre inclusão social e diversidade. A trama gira em torno da preparação da festa "O Dia Mundial do Mundo", para a qual diferentes mundos são convidados: o Mundo das Letras, o Mundo da Música e o Mundo das Consistências, Cheiros e Formas. Com a ausência de alguns personagens “barrados no baile”, a festa começa a perder a graça. E aí a história toma novo rumo. O espetáculo está em cartaz às sextas-feiras, às 10h30 e às 13h30, na Tenda da Ciência Virgínia Shall. Haverá sessão especial no dia 20/9, sábado, às 11h. O espetáculo é oferecido em português e Libras e conta com recursos de audiodescrição. O ingresso é gratuito, mas as senhas são limitadas. O MVF fica na Av. Brasil, 4365, Manguinhos, Rio de Janeiro. Para mais informações, clique aqui

Por mais voz às vozes amazônicas – O Banco de Fontes de Conhecimento da Amazônia, criado pelo Amazônia Vox e apoiado pelo Instituto Serrapilheira, reúne mais de 1.200 registros. O objetivo é facilitar a conexão entre jornalistas, produtores de conteúdo e de eventos, pesquisadores e especialistas em áreas como meio ambiente e biodiversidade, história, cultura e saúde, além de representantes da sociedade civil, lideranças indígenas, entre outros atores. A iniciativa busca fortalecer a visibilidade de vozes locais e valorizar o conhecimento produzido na Amazônia. Os interessados podem buscar fontes por nome, cidade e tema. O acesso ao banco de fontes é gratuito e pode ser feito aqui.

 

Eventos

Debate sobre IA na educação e na pesquisa – Acontece de 15 a 18/9, no Royal Tulip Brasília, na capital federal, o Fórum RNP 2025. Com o tema “As tecnologias que nos conectam e transformam”, o evento promoverá discussões estratégicas sobre o uso da inteligência artificial na educação e na pesquisa. A programação inclui apresentações sobre o Plano Brasileiro de Inteligência Artificial e o Programa Conecta.   Organizado pela Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP), o Fórum terá transmissão gratuita. Para mais informações e inscrições, clique aqui.

Chamada aberta para o Ecsite 2026 – Termina em 26/10 o prazo para submissão de propostas para a conferência Ecsite 2026, um dos maiores encontros de divulgação científica da Europa. São aceitas sessões e palestras que incentivem a aprendizagem entre pares, a reflexão crítica, impulsionem a prática compartilhada e ofereçam uma visão geral de estudos de caso de todo o mundo. O evento acontece de 2 a 4/6 de 2026 na Universidade de Gotemburgo, na Suécia. Clique aqui e saiba mais.

 

Oportunidades

Nova turma de mestrado em DC – Estão abertas até 17/10 as inscrições para a turma de 2026 do Mestrado em Divulgação da Ciência, Tecnologia e Saúde, da Casa de Oswaldo Cruz (COC/Fiocruz). Gratuito e com 15 vagas disponíveis, o curso busca formar profissionais capazes de analisar, planejar e executar práticas de divulgação científica em diferentes contextos sociais, fortalecendo o diálogo entre ciência, saúde, tecnologia e sociedade. O processo seletivo será totalmente online. No dia 30/9, de 10h às 12h, será oferecida uma oficina online para as pessoas que desejem conhecer as possibilidades de pesquisa no campo, especialmente com vistas a ingressar na pós-graduação. Confira aqui o edital. Mais informações sobre a oficina pelo e-mail: <Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.>.

Vaga de professor assistente em Cornell – O Departamento de Comunicação da Faculdade de Agricultura e Ciências Biológicas da Universidade Cornell, no estado de Nova York (EUA), está buscando um pesquisador para conduzir pesquisas e lecionar nas áreas de risco, ciência ou comunicação ambiental. A vaga é de professor assistente, com estabilidade, e tem início previsto para 1º de julho de 2026. Candidaturas serão recebidas até 15/9. A descrição completa da vaga e o formulário de inscrição estão disponíveis aqui.  

 

Tem uma sugestão de notinha para a próxima edição do boletim Ciência & Sociedade? Oba! Envie para o e-mail Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.

 

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Ciência & Sociedade é o informativo eletrônico do Núcleo de Estudos da Divulgação Científica do Museu da Vida (Casa de Oswaldo Cruz/Fiocruz). Editores de Ciência & Sociedade: Carla Almeida e Marina Ramalho. Redatores: Luís Amorim e Rosicler Neves. Projeto gráfico: Barbara Mello. Informações, sugestões, comentários, críticas etc. são bem-vindos pelo endereço eletrônico <Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.>. Para se inscrever ou cancelar sua assinatura do Ciência & Sociedade, envie um e-mail para <Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.>.

* A seção Especial Desinformação é uma iniciativa do projeto “O desafio da desinformação em saúde: compreendendo a recepção para uma melhor divulgação científica”, contemplado pelo Programa Proep 2022, da Casa de Oswaldo Cruz (COC/Fiocruz) e do CNPq.

 

Publicado em 10 de setembro de 2025.

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