" Ir para o conteúdo

Por Teresa Santos e Kelly Toledano 

Mesa institucional. Foto: Vitor Vogel/COC Fiocruz

A 22ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT) na Fiocruz começou oficialmente na manhã desta terça-feira (21/10) em uma cerimônia no Auditório do Museu da Vida Fiocruz, no Campus Manguinhos. A atividade contou com a participação de autoridades da Fiocruz e representantes de movimentos sociais. O evento foi transmitido ao vivo pelo YouTube e contou com intérprete de Libras. 

A mesa institucional que abriu o evento lembrou a importância da SNCT, o maior evento de popularização da ciência do país. “Falar da SNCT nos 125 anos da Fiocruz é falar o quanto precisamos estreitar os laços entre ciência, pesquisa e a sociedade”, destacou a vice-presidente de Educação, Informação e Comunicação da Fiocruz Marly Cruz. . Também estiveram presentes na cerimônia Alda Cruz (Vice-presidência de Pesquisa e Coleções Biológicas – VPPCB/Fiocruz), Marcos José de Araújo Pinheiro (Casa de Oswaldo Cruz – COC/Fiocruz), Luiza Rosangela da Silva (Sindicato dos Servidores de Ciência, Tecnologia, Produção e Inovação em Saúde Pública – Asfoc-SN), Gustavo de Andrade (Associação de Pós-Graduandos da Fiocruz – APG Fiocruz) e Denyse Amorim (Coordenação executiva – SNCT 2025 na Fiocruz).Os participantes refletiram ainda sobre o tema deste ano: “’Planeta Água: a cultura oceânica para enfrentar as mudanças climáticas no meu território’”.  Para Andrade, que nasceu no Amazonas, “temos que pensar que as águas não só dividem fronteiras, mas enxergá-las unindo todos nós num só ambiente”. 

Já Luiza Rosangela da Silva lembrou que a ciência e o serviço público existem para manter o bem comum e desejou que a SNCT renove em todos o compromisso com o futuro. 

Marcos José de Araújo Pinheiro ressaltou que a SNCT na Fiocruz tem a capacidade de unir toda a instituição e promover o diálogo com a sociedade. “Precisamos pensar e repensar os caminhos que estamos trilhando”, destacou. 

Já para Alda Cruz, as águas precisam ser encaradas para além do aspecto fluvial. É preciso destacar sua relação com a biodiversidade, economia sustentável, entre outros.  

 Roda de conversa discute (in)justiça ambiental 

Participantes da mesa de abertura. Foto: Vitor Vogel/COC Fiocruz

O grande debate do dia esteve na mesa de abertura ‘Planeta Água: mudanças climáticas, (in)justiça ambiental e saúde’, que foi mediado por Luis Amorim, chefe do Museu da Vida Fiocruz (Casa de Oswaldo Cruz / COC Fiocruz). 

Paulo Gadelha, coordenador da Estratégia Fiocruz para Agenda 2030, lembrou que a Fiocruz sempre trabalhou a saúde por uma perspectiva ampla, e que ciência e sociedade estão intimamente conectadas. “Ela só atinge sua capacidade máxima quando está inserida em processos sociais”, ressaltou, destacando ainda que a ciência não pode ser arrogante, pois não é capaz de resolver todos os problemas da sociedade. 

A importância dos oceanos também foi outro destaque da mesa. Carla Campos, coordenadora-adjunta do programa Uma Só Saúde Azul (Fiocruz ), reforçou como todos nós, vivendo longe ou perto do oceano, dependemos dele, já que ele é responsável, por exemplo, por regular o clima, é fonte de oxigênio e absorve gás carbônico. Além disso, há vários aspectos culturais que nos conectam com o oceano, como no caso da religião. O problema, segundo Campos, é que usamos o oceano como ‘latrina’. A boa notícia é que nem tudo está perdido. “Ainda há tempo para mudarmos a forma como a gente se relaciona. Precisamos entender que, se o oceano não está bem, também não estamos bem”, ressaltou. 

Outro desafio nesse cenário é a injustiça ambiental. Segundo Rejany Ferreira dos Santos, do Comitê da Bacia Hidrográfica da Baía de Guanabara, a população favelada e periférica é a que mais sobre com os problemas ambientais. “Historicamente, eles têm acesso inadequado ao saneamento”, explicou. Ainda que essa população venha se organizando em movimentos sociais e que isso seja essencial, ela destacou a necessidade de o poder público assumir seu papel e responsabilidade no cuidado desses territórios. 

A mensagem foi reforçada por Ana Carolina Santana Barbosa, integrante da Comunidade Tradicional Caiçara do Sertão do Ubatumirim, localizada no litoral norte do Estado de São Paulo. “Sofremos muitos impactos na comunidade com os grandes empreendimentos. A especulação imobiliária na praia resultou no deslocamento dos caiçaras, que tiveram que subir para o Sertão”, alertou Barbosa. Ela lembrou outros problemas da região, por exemplo, a proximidade de grandes rodovias e as usinas nucleares. “Tudo isso altera o modo de vida”, pontuou. 

Os palestrantes lembraram a importância da SNCT na Fiocruz para a promoção do diálogo com a sociedade e como seus efeitos conseguem perdurar após o término do evento. 

Premiação de literatura infantojuvenil 

Na primeira fila, estudantes e professores premiados e atrás parentes e acompanhantes com Adriano da Silva (ICICT) e Cristiane Sendim (Fiotec). Foto: Vitor Vogel/COC Fiocruz


O evento oficial de abertura da SNCT 2025 na Fiocruz sediou também a premiação do 3º Concurso Portinho Livre de Literatura Infantojuvenil. Mais de 160 estudantes de 13 a 16 anos participaram da iniciativa com textos que respondiam à seguinte pergunta: “o que é saúde coletiva para você?”. A novidade deste ano foi a inclusão dos professores na premiação. 

O texto vencedor foi da estudante Larissa Sofia Silva, de 13 anos, que veio de Alto Alegre do Pindaré (MA) com sua professora Wilma Soares. Em 2º lugar, ficou o estudante Pih Assis, de Rio Pomba (MG), com a professora Bianca de Castro. Isabela do Carmo Canale, de Niterói (RJ), recebeu o 3º lugar com a professora Thayane Fonseca. Os 30 melhores textos vão integrar um livro que será lançado em 2026 pelo selo Portinho Livre. 

A 22ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia na Fiocruz é uma realização da Fundação Oswaldo Cruz. O evento conta com recursos oriundos da Fundação Oswaldo Cruz, da Fundação para o Desenvolvimento Científico e Tecnológico em Saúde (Fiotec) e do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação – MCTI, como parte do Programa Nacional de Popularização da Ciência – Pop Ciência. Tem apoio da Associação Amigos do Museu da Vida Fiocruz (AMVF) e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), e parceria da Pró-Reitoria de Extensão | PR-5 da UFRJ. Faz parte das comemorações de 125 anos da Fundação Oswaldo Cruz.

 

Publicado em 22 de outubro de 2025.

 

Link para o site Invivo
link para o site do explorador mirim
link para o site brasiliana

Funcionamento:  de terça a sexta, das 9h às 16h30; sábados, das 10h às 16h.

Fiocruz: Av. Brasil, 4365, Manguinhos, Rio de Janeiro. CEP: 21040-900

Contato: museudavida@fiocruz.br | (21) 3865-2128

Assessoria de imprensa: divulgacao@fiocruz.br

Copyright © Museu da vida | Casa de Oswaldo Cruz | Fiocruz

 
conheça nossos parceiros