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Por Rodrigo Narciso, Teresa Santos, Kelly Toledano, Renata Bohrer e Cláudia Marapodi  

Nesta sexta-feira (24/10), diversas atividades lúdicas e interativas marcaram o quarto dia da 22ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia na Fiocruz, atraindo a sociedade de forma participativa e inclusiva para o campus Manguinhos. 

Thiago Ferreira visitou o evento com a filha de 7 anos e destacou a importância de aproximar as crianças da ciência. “O contato desde muito cedo é importante, mesmo que elas ainda não compreendam tudo. De forma lúdica, com jogos e teatro, por exemplo, minha filha consegue perceber o que é desenvolvido na Fiocruz em termos de pesquisa, conhecimento, educação e ciência”, afirma . 

Foto: Vitor Vogel/COC Fiocruz

Uma das atrações mais concorridas do último dia da Feira da Ciência foi a atividade ‘Vida em Jogo: Reabilitação com Realidade Imersiva no SUS’, do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI/Fiocruz). Com o auxílio de óculos de Realidade Virtual, o visitante experimentava situações do cotidiano de um paciente com dificuldades motoras. “A ideia é que pacientes, que perderam funcionalidades, sejam submetidos a diversas atividades cotidianas, como varrer, cozinhar e arrumar o quarto e, com o jogo, sejam capazes de exercitar esses afazeres ainda na internação”, explica Alexia do Nascimento, fisioterapeuta e aluna do mestrado profissional do INI.

Uma experiência inédita também marcou a programação do dia. O projeto multidisciplinar FioAntar (Programa da Fiocruz na Antártica) realizou em parceria com a Marinha do Brasil uma ligação de vídeo ao vivo com a estação da Fiocruz na Antártica, diretamente do anfiteatro do Centro de Recepção do Museu da Vida Fiocruz. Durante a chamada, o capitão de fragata Jairo Araujo Domingos Silva apresentou as instalações da Estação Antártica Comandante Ferraz, conduzindo uma visita virtual pelos espaços onde os pesquisadores brasileiros dormem, se alimentam, se exercitam e realizam seus estudos durante as missões no Polo Sul. Ao final, os estudantes puderam tirar dúvidas e interagir, tornando o encontro um momento de aprendizado, curiosidade e encantamento com a ciência feita nos extremos do planeta. 

De olho nas formas de comunicação 

A ‘Oficina de Combate à Desinformação’ desafiou estudantes a buscarem pistas para a validação de diversas notícias. Para o jornalista Eric Andriolo, da Agenda Jovem Fiocruz, vinculada à Presidência da Fundação Oswaldo Cruz, a atividade chama a atenção dos jovens para os conteúdos que circulam na internet. “A atividade procura despertar nos jovens uma dúvida mais razoável sobre o conteúdo que eles veem online. A gente mostrou ainda como funciona o método científico, a imprensa e as redes sociais”. 

Usando também as linguagens da comunicação, aconteceu a oficina ‘Produção audiovisual no campo da ciência – possibilidades’, ministrada pela equipe da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV/Fiocruz). Alunos do 5º ano do Centro Educacional Parque Floresta, de Belford Roxo (RJ), participaram com entusiasmo e criatividade da dinâmica que propôs a criação de narrativas curtas baseadas em desenhos figurativos. O objetivo era abordar o processo de elaboração de um roteiro para animação, conhecido como story board, e assim sensibilizá-los para a linguagem audiovisual. Gregório Albuquerque, professor-mentor da oficina, explicou que “o exercício é muito rico para perceberem como os vídeos começam a ser feitos, porque o audiovisual está muito presente no modo como esta geração interage com o mundo, sendo inclusive uma fonte de renda para muitos jovens”.

Descobertas surpreendentes 

‘Há vida na gota d’água?’ No Museu da Vida Fiocruz, o público descobriu que sim! A atividade interativa, realizada na Pirâmide do Parque da Ciência, levou estudantes a explorarem e a observarem esse fascinante mundo minúsculo. Por meio do microscópio, descobriram os seres vivos presentes em uma simples amostra de água sem tratamento. Além de despertar a curiosidade científica, a ação provocou reflexões sobre poluição, potabilidade e, claro, meio ambiente, mostrando que até na água suja há formas de vida que variam conforme a qualidade da água. Os participantes colocaram a mão na massa, coletando amostras e preparando lâminas.

A Vice-Presidência de Pesquisa e Coleções Biológicas (VPPCB/Fiocruz) trouxe amostras de suas coleções para a Feira da Ciência. Quem passou por seus estandes pôde conhecer um gabinete cheio de curiosidades: órgãos de camundongo, réplica de um aparelho que faz cortes microscópicos, lâminas, amostras de plantas prensadas, ensaios de cultura de bactérias e fungos, besouros, moluscos, percevejos em resina e… Até cocô! Estes são os chamados cropólitos, isto é, fezes fossilizadas de hiena e de dinossauro. “O (cocô) de hiena tem entre 30 e 40 mil anos e o de dinossauro tem mais de 250 milhões de anos”, explicou o proponente Pedro Artur Rodrigues, do Museu da Patologia do Instituto Oswaldo Cruz. 

 A VPPCB ainda apresentou o estande ‘Colecionar é POP: o Planeta Água e as Coleções Biológicas da Fiocruz’, onde o público pôde brincar com um jogo da memória. Cada peça trazia um órgão do corpo humano e a importância da água para seu funcionamento. Também teve modelos em 3D e moldes em gesso de coração, cérebro, entre outros, para pintura.

Foto: Vitor Vogel/COC Fiocruz

Sustentabilidade em prática 

Alunos da Escola Municipal Carmem Correa, de Duque de Caxias (RJ), visitaram a atividade ‘Navegando nos saberes: estamos nós e os oceanos conectados?’, do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI/Fiocruz). Por meio de brincadeiras, foram estimuladas ações práticas de preservação ambiental. 

Já os estudantes de Ensino Médio do CIEP 434 Professora Maria Jose Machado, da mesma cidade, puderam assistir a palestra ‘Planeta Água, Planta Livre: Ciência, Saúde e Sustentabilidade’, da Liga Acadêmica de Cannabis Multidisciplinar (UFRRJ). A apresentação discutiu práticas sustentáveis de cultivo e manejo hídrico da cannabis, expandindo a compreensão sobre o potencial medicinal e psicológico da planta. A professora Andréia Sá falou com entusiasmo sobre a visita à SNCT na Fiocruz: “O evento amplia a visão deles, que são moradores da Baixada Fluminense e não têm acesso a muitas oportunidades. Queremos mostrar aos alunos que existem outros campos de trabalho, com possibilidades que eles não conheciam”. 

Plantas Alimentícias Não Convencionais (PANC) foram assunto da oficina ‘O Planeta Água e suas Conexões com as PANC no contexto CIENCIARTE’ teve uma ambientação musical seguida de um bate-papo. A proponente Ana Beatriz dos Santos, do Programa de Pós-graduação Stricto sensu em Ensino em Biociências e Saúde do Instituto Oswaldo Cruz (PGEBS/IOC/Fiocruz), mostrou ao público como as PANCs se conectam, falou de sua autoeficiência hídrica, articulando também com saberes tradicionais. Logo depois, a criatividade tomou conta do espaço. Usando tinta, papel, lápis de cor, cola e outros materiais as crianças soltaram a imaginação e criaram modelos artísticos inspirados nas PANCs e nos oceanos, relacionando a temática do debate com as realidades de seus territórios.

Visitação ao Conjunto Histórico da Fiocruz 

Foto: Vitor Vogel/COC Fiocruz

A visitação dos prédios históricos da Cavalariça e do Castelo Mourisco também fez parte da programação da SNCT 2025 na Fiocruz. Grupos de estudantes que vieram para o evento puderam fazer a tradicional visita guiada. Na Cavalariça, percorreram a exposição ‘Vida e Saúde: Relações (In)visíveis’, organizada pelo Museu da Vida Fiocruz. Com recursos interativos e de acessibilidade, a mostra é dividida em 14 módulos que abordam diversas dimensões da saúde: biólogica, social, histórica, política e cultural. 

O Castelo Mourisco sempre atrai olhares atentos e encantados dos visitantes. O tour, mediado por educadores do Serviço de Educação do Museu da Vida Fiocruz, compartilha o contexto histórico e social do Rio de Janeiro à época da construção do prédio em 1905, além de explicar sobre detalhes da arquitetura e sua influência neomourisca. A exposição e a visita ao Castelo fazem parte do circuito de visitação do Museu da Vida Fiocruz e seguem abertas ao público durante o ano. 

O passeio pelo campus podia incluir ainda a atividade ‘Experimentos Trilha Científica Oswaldo Cruz’. Alunos do 4º ano da E.M. Maria da Conceição Cardoso, de Nilópolis (RJ), participaram da caminhada e puderam conhecer uma parte da diversa flora local. Segundo a professora Yeda Verônica, o passeio conecta conteúdos que já fazem parte do dia a dia na escola. “Tiramos nossos alunos da sala de aula e temos a oportunidade de abordar esses componentes curriculares em um ambiente prazeroso e diversificado”, relatou.  

A 22ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia na Fiocruz é uma realização da Fundação Oswaldo Cruz. O evento conta com recursos oriundos da Fundação Oswaldo Cruz, da Fundação para o Desenvolvimento Científico e Tecnológico em Saúde (Fiotec) e do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação – MCTI, como parte do Programa Nacional de Popularização da Ciência – Pop Ciência. Tem apoio da Associação Amigos do Museu da Vida Fiocruz (AMVF) e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), e parceria da Pró-Reitoria de Extensão | PR-5 da UFRJ. Faz parte das comemorações de 125 anos da Fundação Oswaldo Cruz. 

Publicado em 28 de outubro de 2025.

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