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Por Kelly Toledano e Renata Bohrer

Ricardo Gomes, Branca, Gleyci Moser e Pedro Luís. Foto: Vitor Vogel/COC Fiocruz

A Economia Azul deu o tom e a cor do encerramento oficial da 22ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia na Fiocruz. O evento ‘Cultura oceânica e saúde: as águas nos unem?’ foi realizado no campus Manguinhos (RJ), após quatro dias intensos de atividades educativas e artísticas. Filme, música e roda de conversa fizeram parte das atrações que emocionaram, divertiram e compartilharam informações com os participantes na manhã deste sábado (25/10). 

‘Quanto vale o azul?’ é a pergunta-chave que dá nome ao documentário do Instituto Mar Urbano. O filme abriu a programação do evento e chamou atenção para o termo ‘Economia Azul’, que traduz a capacidade de valorizar o oceano fazendo o uso sustentável dos recursos hídricos em equilíbrio com o desenvolvimento econômico. Ao apresentar o filme, o diretor Ricardo Gomes, que também é biólogo e ativista ambiental, lembrou que metade da água disponível hoje já existia há milhões de anos, sendo mais antiga que o sol, e portanto, a água que nos compõe já pode ter sido nuvem, rio, lágrimas de antepassados e até a própria Baía de Guanabara, grande protagonista do documentário. 

Com imagens belíssimas do Rio de Janeiro e depoimentos de pesquisadores e trabalhadores das águas, o ‘Quanto Vale o Azul?’ sensibiliza o espectador para a quantidade de vida e o valor que o mar e a Baía de Guanabara têm especialmente para o Estado do Rio de Janeiro, sendo fonte de renda para toda uma cadeira de profissionais — do pescador e do trabalhador informal da praia ao grande empresário da rede hoteleira e do transporte de cargas, por exemplo. “Quis traduzir a ciência em uma linguagem entendida pelas pessoas e que fosse sentida no coração para dizer que a vida vale mais que o dinheiro. Só assim para provocar a mudança”, defendeu Gomes. 

Após a exibição, aconteceu uma roda de conversa com a participação do diretor acompanhado da pescadora Branca, que também está no filme, além do músico Pedro Luís, compositor da trilha sonora, e de Gleyci Moser, pesquisadora da Faculdade de Oceanografia da UERJ. A mesa foi mediada por Carla Campos (ICTB Fiocruz / Uma Só Saúde). 

No debate, Gomes pôde reforçar seu compromisso com o olhar positivo para a causa ambiental ao contar que “quando começaram a falar que a Baía de Guanabara estava morta, durante as Olimpíadas, decidi mostrar uma outra história e mostrar a resiliência dela. Vou mostrar que a Baía está viva!”.  

Com um discurso que comoveu os participantes, a pescadora Branca fez um alerta para os prejuízos da poluição da Baía. “Vivo da pesca e vejo que tem espécies quase extintas por conta da lixarada. O plástico é nosso maior inimigo”, relatou. 

Gleyci Moser lembrou que estamos na Década do Oceano e tivemos uma semana inteira dedicada ao tema na SNCT. “O oceano é vida. A gente respira por causa dele. Nós sabemos o valor do oceano em nossos laboratórios, mas será que esse conhecimento chega até a população?”, indagou a pesquisadora, evidenciando a necessidade de se abraçar a ciência e saber traduzir assuntos científicos para o público em geral. 

Pedro Luís contribuiu com a discussão ao ser questionado sobre como entende o seu papel na transformação do mundo: “Eu tento fazer com que essa portabilidade da música seja também uma interface para reflexões que carrego para dentro das composições. Que as pessoas possam carregar sementes, transformar seus ambientes para que a gente possa mudar isso juntos”, explicou o artista. 

Performance musical de Pedro Luís no Centro de Recepção do Museu da Vida Fiocruz. Foto: Vitor Vogel/COC Fiocruz

Ao final, um pocket show de Pedro Luís encerrou o evento. O músico fez uma performance com voz e violão interpretando composições próprias que navegavam pela temática das águas, entre elas ‘Deus é mulher’, gravada por Elza Soares; ‘Sobre as águas’ e ‘O Coração do Planeta’, composta para o filme. O momento uniu arte e ciência, mostrando a força da música popular brasileira no engajamento das pautas contemporâneas. 

A 22ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia na Fiocruz é uma realização da Fundação Oswaldo Cruz. O evento conta com recursos oriundos da Fundação Oswaldo Cruz, da Fundação para o Desenvolvimento Científico e Tecnológico em Saúde (Fiotec) e do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação – MCTI, como parte do Programa Nacional de Popularização da Ciência – Pop Ciência. Tem apoio da Associação Amigos do Museu da Vida Fiocruz (AMVF) e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), e parceria da Pró-Reitoria de Extensão | PR-5 da UFRJ. Faz parte das comemorações de 125 anos da Fundação Oswaldo Cruz.

Publicado em 28 de outubro de 2025.

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