A música é uma forma de arte intimamente ligada à matemática e à física. Baseada em medidas precisas, a música era considerada um ramo da matemática até o princípio do século 16, a exemplo da aritmética e da geometria. Por outro lado, essa forma artística já estimulou investigações científicas, como especulações sobre a natureza musical do universo. A combinação harmônica de sons e palavras já inspirou metáforas e interpretações do mundo físico e já serviu de ferramenta para a descrição da ciência, da tecnologia e do dia-a-dia, na mão de poetas e artistas (saiba mais no artigo (En)canto científico: temas de ciência em letras da música popular brasileira). Na MPB, não poderiam faltar exemplos de boa música que usam distintas áreas da ciência como fonte de inspiração! Confira abaixo alguns exemplos dessas canções.
Nessa canção, Marisa Monte, Arnaldo Antunes e Carlinhos Brown procuram a ciência que existe nos movimentos do corpo e objetos do dia-a-dia.
De Arnaldo Antunes e Gilberto Gil, “A ciência em si” aborda o tema de forma abrangente e poética. A música integra o repertório do disco "Quanta", de 1997, que tem a ciência e a tecnologia como fonte de inspiração em várias das canções.
Desde a nuvem até nossa bexiga, a água percorre um longo caminho, que passa pela chuva, pelos rios, por filtros e canos até chegar, fresca, à nossa boca. Esse trajeto é descrito por Paulo Tatit e Arnaldo Antunes na canção “Água”.
Jorge Ben Jor e Arnaldo Antunes usam a poesia para falar das árvores, das "jovens mudas" às "de copa larga", das "que dão frutos" às que "mamam do céu pelas folhas".
Arnaldo Antunes e Gilberto Gil refletem sobre as propriedades e características das "coisas", nessa música composta em 1993.
A imensidão do cosmos e da Via-Láctea contrasta com o mundo atômico dos quarks, íons e outras partículas, nessa canção de Gilberto Gil e Carlos Rennó, do álbum "Quanta".
Em 1969, enquanto estava preso por conta da ditadura militar, Gilberto Gil compôs essa canção, em que opõe o cérebro humano a um suposto cérebro eletrônico. Parecia prever a revolução tecnológica que estava por vir.
Do disco "Quanta", de 1997, essa canção de Gilberto Gil mistura ciência e fé: elementos da física se alternam em harmonia com personagens do hinduismo e da umbanda.
Roberto Frejat e Arnaldo Antunes brincam com um jogo de imagens e com a confusão causada pelo efeito de lentes, nessa composição de 1988.
O céu e o universo são fonte de inspiração para Gilberto Gil e Moreno Veloso, nessa música do álbum "Quanta", de 1997.
"Como é que chama o nome disso?", perguntam Arnaldo Antunes e Edgard Scandurra, autores dessa canção de 1995. A resposta pode ser bola, velocidade, rotação, movimento... Confira!
Sucesso na interpretação dos Titãs, essa canção lançada em 1989 lista uma série de enfermidades, do câncer à disritmia, da toxoplasmose à esquizofrenia.
Carlinhos Brown e Arnaldo Antunes descrevem o "som" do silêncio, "primeira coisa que existiu" no mundo, nessa música composta em 1996.
Gilberto Gil veleja pela infomaré e conecta Calcutá a Helsinque, através de sites, e-mails e hot-links, nessa canção em que a tecnologia da informação é o tema central. A música integra o disco "Quanta".
Um planeta fértil se transforma num planeta morto nessa canção em tom de crítica, composta por Arnaldo Antunes, Marcelo Fromer e Sérgio Britto.
Como afirma Gilberto Gil nessa música, a "arte é irmã da ciência" e o artista usa a poesia para falar sobre o quanta e o mundo da física. O disco de 1997, que nomeia a canção, tem várias letras inspiradas na ciência.
Gerson Conrad musicou esse poema de Vinicius de Moares, que fala da bomba atômica lançada pelos Estados Unidos na cidade japonesa de Hiroshima, na segunda guerra mundial.
Nessa canção, Arnaldo Antunes mostra que Einstein, Galileu, Arquimedes e qualquer cientista tiveram infância, medo, pai e mãe, como todo ser humano.
Nessa canção composta por Roberto Mendes e Capinam, vários aspectos da sociedade contemporânea são questionados. A ciência não podia estar de fora. O bioterrorismo, a clonagem e a preservação ambiental são alguns dos temas abordados.
A canção, de Arnaldo Antunes e Kassin, faz uma brincadeira com o som das palavras e os nomes das árvores. Trata-se da música de abertura de um programa de TV de mesmo nome, produzido e veiculado pelo Canal Futura.
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